Eliminação da Ponte Preta no Paulistão: Uma Análise Amarga

Uma Campanha Histórica, um Final Doloroso

A trajetória da Ponte Preta no Campeonato Paulista deste ano terminou de forma abrupta e frustrante. Apesar de ostentar a quarta melhor campanha na fase inicial, a equipe não conseguiu assegurar sua vaga no mata-mata, amargando o terceiro lugar no Grupo D. Com um total de 22 pontos, o esquadrão liderado por Alberto Valentim viu São Bernardo e Palmeiras, ambos com 23 pontos, superá-los na chave. Curiosamente, apenas o Corinthians, com 27 pontos, superou o desempenho do trio que compôs o disputado Grupo D.

A eliminação da Macaca não passou despercebida, marcando um feito inédito e inglório: a equipe se tornou a detentora da maior pontuação a não garantir um lugar nas quartas de final desde a implementação do formato atual do Paulistão, em 2017. Um contraste amargo entre o bom desempenho e o resultado final.

Foto: (Júlio César Costa/Especial PontePress)

Decisão em Casa e Lamentações

A Ponte Preta chegou à derradeira rodada da fase de grupos dependendo unicamente de suas próprias forças. Uma vitória diante do Bragantino, jogando em seus domínios, seria o suficiente para carimbar o passaporte para a próxima fase. No entanto, o revés por 2 a 0 não apenas frustrou os planos da Macaca, como também permitiu que o Palmeiras, vitorioso sobre o Mirassol por 3 a 2, a ultrapassasse na tabela.

Essa eliminação representou um marco negativo, sendo a primeira vez que um time com a quarta melhor campanha geral na primeira fase não consegue se classificar para o mata-mata do Paulistão. O técnico Alberto Valentim expressou seu lamento em entrevista coletiva:

"Estaríamos classificados nos outros grupos. Tivemos a quarta melhor campanha no geral, um ponto do primeiro e do segundo do nosso grupo. Os outros grupos a diferença entre o segundo e o terceiro foi muito grande. É uma Ponte em reconstrução. Nossa temporada está só começando. É virar a página."

Pontuação Superior, Destino Cruel

A ironia do destino paira sobre a campanha da Ponte Preta , cuja pontuação superou a de cinco equipes que, ironicamente, garantiram vaga nas quartas de final: São Paulo (19 pontos), Santos (18), Novorizontino (18), Bragantino (17) e Mirassol (16). Além de liderar os grupos de São Paulo e Santos, a Macaca se classificaria em qualquer outra chave do campeonato.

Valentim lamentou a situação, ressaltando o esforço de todos os envolvidos:

"É um pecado para a diretoria, para a gente, para os jogadores, para a torcida. Os jogadores se entregaram muito. O vestiário estava triste agora. Ficamos a um ponto dos dois classificados. A um ponto do Palmeiras, um time que tem tudo de melhor. É o Palmeiras, um pecado."

Um Clube Acima dos 20 Pontos, um Lugar na História

A Ponte Preta se junta a um seleto e melancólico grupo, sendo apenas o segundo time a ultrapassar a marca dos 20 pontos e, ainda assim, não conquistar uma das oito vagas nas quartas de final do Paulistão. Em 2024, o São Bernardo somou 21 pontos, mas ficou atrás de São Paulo e Novorizontino, ambos com 22.

Curiosamente, em outras duas ocasiões, a Macaca trilhou o caminho inverso, classificando-se com uma pontuação inferior à de algum "eliminado" da primeira fase: em 2020, fez menos pontos que o Novorizontino, e em 2024, menos que o São Bernardo.

Regulamento em Debate e o Futuro da Macaca

A eliminação da Ponte Preta reacendeu o debate sobre o formato do Campeonato Paulista. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, manifestou sua opinião sobre o caso:

"Não é justo uma equipe com 22 pontos, quarta campanha no geral ficar fora. A Federação Paulista precisa repensar a forma de disputa do campeonato."

Apesar da frustração no Paulistão, a Ponte Preta volta aos gramados em breve. A equipe disputará a primeira fase da Copa do Brasil, enfrentando o Concórdia em Santa Catarina, e também se prepara para a Série C do Campeonato Brasileiro, com início previsto para abril. O futuro da Macaca reserva novos desafios e a oportunidade de mostrar sua força em outras competições.